segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Comentário a Romanos 8:18 a 25

Esta passagem é muito importante para nós cristãos, ela exorta-nos a mantermos os nossos corações esperançosos na glória futura que nos aguarda, a ressuscitação dos mortos e a vida eterna ao lado do nosso Senhor e Salvador Jesus.
O apóstolo Paulo ensina-nos que tal como os filhos de Deus irão ser revestidos de imortalidade e de incorruptibilidade, o mesmo sucederá com todo o Universo também ele criado por Deus. Actualmente a natureza criada geme como em dores de parto ( vers.22) por o Senhor a ter submetido à decadência e à inutilidade, ou seja, todo o universo também está sujeito à corrupção e à morte: estrelas morrem, animais morrem, plantas morrem, seres humanos morrem, tudo o que Deus criou está sujeito à corrupção e à morte. É por isso que nesta passagem o apóstolo estabelece uma comparação com a natureza criada pois quando nós, filhos de Deus, formos revelados quando o Senhor Jesus retornar e nos ressuscitar para a Sua glória com corpos glorificados, livres da corrupção e da morte:”Pelo poder que O capacita a colocar todas as coisas debaixo do Seu domínio, Ele transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao Seu corpo glorioso” - Filipenses 3:21; o mesmo acontecerá com a natureza criada, pois haverá novos céus e nova terra (Apocalipse 21:1).

O mesmo apóstolo Paulo em 1Coríntios 15:35 a 58, estabelece novamente uma comparação com a natureza criada para afirmar que o nosso corpo tal como uma semente de trigo ou de outra qualquer não nascerá para a glória a não ser que morra, pois é necessário que o que é corruptível e mortal se revista de incorruptibilidade e de imortalidade porque a morte foi vencida pela vida. É claro que o ensinamento bíblico foca-se predominantemente no Homem e é especialmente dirigido àqueles que são filhos de Deus, dado que foi devido à desobediência de Adão que o pecado e a morte entraram neste mundo, também foi pela obediência do Senhor Jesus ao Pai até à Sua morte e ao Seu ressuscitamento, que os que O recebem têm o direito de serem chamados filhos de Deus (João 1:12,13) e terem a esperança na vida eterna. É devido a isso que o capítulo 8 de Romanos nos exorta a não andarmos segundo a carne mas a vivermos de acordo com o Espírito, porque a mentalidade da carne é morte mas ao andarmos sob o domínio do Espírito viveremos eternamente.

Toda a passagem de Romanos 8:18 a 25 nos reporta para a esperança num tempo futuro, aquando da vinda do Senhor e tal como nós, que andamos segundo o Espírito e gememos interiormente, a natureza criada também geme como em dores de parto, ora vejamos o que é dito:”Sabemos que a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente a nossa adopção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos. Mas esperança que se vê não é esperança...”. Somos salvos mas ainda estamos presos a um corpo terreno, o nosso espírito nasceu de novo e aguarda a redenção do nosso corpo tal como é explicado no versículo de Filipenses que transcrevi mais acima.
Esta passagem de Romanos 8 não está a ensinar que há esperança para os ímpios sairem da escravidão a que satanás os sujeita de modo a se libertarem da corrupção para se tornarem filhos de Deus, como pensam alguns, ela ensina-nos que faremos parte de um evento poderoso, totalmente divino, magnificamente glorioso que ocorrerá não somente connosco mas também com todo o universo.

No comentário da Bíblia King James da edição de estudo acerca desta passagem de Romanos 8:18 em diante, é dito:”Todos aqueles que sinceramente crêem em Cristo já foram promovidos à posição de filhos de Deus, todavia, a plena manifestação de tudo o que esse privilégio implica está reservada para os últimos dias (1João3:1,2). Paulo refere-se à queda cósmica (em algumas traduções traduzida imprópriamente como “vaidade”), a qual encontra-se detalhada nas Escrituras de Gn.3;  Ap.22:3 (“nunca mais haverá maldição”). Toda a natureza criada por Deus, que Ele próprio julgou “boa”, ficou sujeita à degeneração e à inutilidade (vaidade) com o ingresso do pecado na terra por meio da desobediência voluntária dos primeiros seres humanos, representados por Adão. O novo corpo que receberemos por ocasião da ressurreição suplantará o nosso actual corpo mortal que nos liga à natureza, que a essa altura também será renovada. O termo grego original mataiotes, além de transmitir o sentido de futilidade, frustração (vaidade), remete à adoração a deuses falsos, indicando que a criação foi sujeita às forças do inimigo (1 Coríntios 12:2). O universo não se destina à aniquilação total mas à renovação (2Pedro 3:13; Apocalipse 21:1).


A Bíblia “ A Nova Tradução na Linguagem de Hoje” optou por traduzir da seguinte forma: “Eu penso que o que sofremos durante a nossa vida não pode ser comparado, de modo nenhum, com a glória que nos será revelada no futuro. O Universo todo espera com muita impaciência o momento em que Deus vai revelar o que os seus filhos realmente são. Pois o Universo se tornou inútil, não pela sua própria vontade, mas porque Deus quis que fosse assim. Porém existe esta esperança: Um dia o próprio Universo ficará livre do poder destruidor que o mantém escravo e tomará parte na gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Pois sabemos que até agora o Universo todo geme e sofre como uma mulher que está em trabalho de parto. Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há- de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora. E não somente o Universo, mas nós, que temos o Espírito Santo como o primeiro presente que recebemos de Deus, nós também gememos dentro de nós mesmos enquanto esperamos que Deus faça com que sejamos seus filhos e nos liberte completamente. ”. Pois foi por meio da esperança que fomos salvos. Mas, se já estamos vendo aquilo que esperamos, então isso não é mais uma esperança. Pois quem é que fica esperando por alguma coisa que está vendo? Porém, se estamos esperando alguma coisa que ainda não podemos ver, então esperamos com paciência.” 

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