sexta-feira, 30 de setembro de 2011


As aparências enganam!

Queridos irmãos em Cristo, sei bem que vivemos uns tempos em que as pessoas querem muito aparentar um estilo de vida baseado nos modelos que lhes apresentam em programas de televisão, na publicidade, em revistas, etc. Modelos de beleza, sucesso e felicidade que as pessoas perseguem avidamente. Também vivemos numa época em que tudo é pronto-a-vestir e pronto-a-comer. Ninguém tem paciência para esperar, tudo tem de ser perfeito, rápido e supostamente eficiente. Tudo tem de ser diferente, novo, sexy, pronto-a-consumir. Como o sushi... cru e na berra! Isso é o mundo, nós sabemos, vivemos nele! E dentro das congregações que se dizem cristãs? Bom... há “campanhas de prosperidade”, de “venha cá receber o seu milagre”, “não espere nem mais um dia para receber a sua benção”; há para todos os gostos. No meu ponto de vista, é só mais uma forma de paganismo e uma tentativa de fidelizar o crente à congregação. Os católicos também fazem promessas, sacrifícios (não só de dinheiro) mas até físicos e novenas. É um business! É verdade que o Senhor Jesus diz para trocarmos o nosso fardo com o Dele, porque o Dele é leve. As pessoas vivem num mundo maligno e cheias de problemas e não existe nada de errado no facto da pessoa querer ser abençoada ou curada dos seus males. Acredito até que muitas delas vão para o Senhor Jesus quando já não têm mais ninguém nem mais nada a que recorrer e estão todas “partidas”, destroçadas, deprimidas, sem esperança. Mas muitas só querem mesmo é ter o problema resolvido e seguirem com a sua vidinha, sem compromisso com Deus, sem caminho de santidade, muitas vezes sem pensarem na vida eterna e quase sempre... só a desfrutar da benção, Aleluia! E se uma congregação “não está a dar”, salta-se para outra que esteja, onde haja mais “unção derramada” porque o “homem lá”, tem poderes de cura ou de prosperidade ou do que a pessoa no momento está a necessitar. Mas normalmente é cura, dinheiro e encontrar um marido ou esposa. E isso muitas vezes é tudo! É para isso que Deus existe, para suprir as nossas necessidades! Será? Percebo que os cristãos que andam no caminho estreito de santidade, negando-se a cada dia, também querem ser abençoados mas não andam a saltar de congregação em congregação em busca de bençãos. E muitas vezes são olhados com desconfiança pelos tais irmãos em Cristo por causa dos seus aparentes insucessos. Não ser abençoado de uma forma que as pessoas possam ver, é suspeito. Ou estão em pecado ou estão mornos na fé! Vou dar alguns exemplos desses aparentes insucessos que levam os outros a afastarem-se: Abel foi morto pelo irmão por temer a Deus; Moisés passou quarenta anos a ser aperfeiçoado no deserto e no fim nem pode entrar na terra prometida; Daniel foi para a cova dos leões; Jeremias foi atirado para uma cisterna de lama; José foi atirado a um poço pelos irmãos, vendido como escravo e preso no Egipto; Abraão só alcançou a benção de ter um filho aos cem anos de idade; o profeta Samuel morreu doente; David andou muitas vezes fugido e teve enormes problemas com a família; Estevão morreu apedrejado; Tiago morreu decapitado; João Baptista também; o apóstolo Paulo tinha um espinho na carne que o atormentava, foi apedrejado, naufragou várias vezes, foi preso, passou fome e foi sempre perseguido; o apóstolo Pedro também foi preso; Job ficou sem a família, sem saúde e sem os seus bens. Todos eles, no momento em que estavam a passar por essas tribulações e provações, foram com certeza olhados por muitos, como grandes fracassados e sem êxito. Será? Deixe-me mostrar-lhe o que está escrito na Bíblia, que demonstra melhor o que pretendo dizer: Uns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior; outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas. Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido. Deus havia planeado algo melhor para nós, para que connosco fossem eles aperfeiçoados. (Hebreus 11:35b-40). Que quero eu dizer com tudo isto? Que agora temos de passar por estas coisas para sermos bons cristãos? Quero dizer que neste momento existem muitos cristãos por este mundo a passarem grandes dificuldades e que serão mortos por professarem a sua fé no Senhor Jesus Cristo: Que eles possam perseverar na fé até ao fim é o que eu peço ao Senhor, em nome de Jesus! Amém! É possível ter compaixão e misericórdia pelo irmão que está atribulado ou a ser provado, porque Deus está a trabalhar o carácter dele. Job foi o exemplo máximo desse aparente insucesso na caminhada que se faz com Deus. Os seus “amigos” ficaram absolutamente convencidos de que Job era um ímpio e não demonstraram misericórdia. Em vez de o ajudarem a perseverar, fizeram o mesmo que muitos inimigos e só o angustiaram com as suas línguas afiadas. Não tire conclusões precipitadas quando percebe que um irmão em Cristo está em tribulações/provações. Pode até ser por causa de pecado ou pode ser que Deus esteja a prová-lo para levá-lo a um nível de intimidade mais profundo com Ele. Por isso não se distancie no seu coração, nem se afaste: Falem e ajam como quem vai ser julgado pela lei da liberdade; porque será exercido juízo sem misericórdia sobre quem não foi misericordioso. A misericórdia triunfa sobre o juízo! (Tiago 2:12, 13).