segunda-feira, 18 de abril de 2011




"Um homem decaído não é simplesmente uma criatura imperfeita que precisa ser melhorada; é um rebelde que precisa depor as armas. Depor as armas, render-se, pedir perdão, dar-se conta que tomou o caminho errado, estar disposto a começar uma vida nova do zero. Esse processo de rendição, é o que o cristianismo chama de arrependimento". - C.S. Lewis

A AUTORIDADE DE DEUS

Submissão e obediência

Deus na Sua atemporalidade sabia que a Sua autoridade absoluta só poderia ser estabelecida se encontrasse obediência absoluta no universo. E como essa obediência não foi encontrada nos seres criados – nem nos anjos, nem nos seres humanos – Ele próprio se fez carne e veio à terra – Romanos 5:19 Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem (Jesus Cristo) muitos serão feitos justos.” Essa autoridade emana Dele sobre tudo e todos. E quando é reconhecida por nós cristãos, a ela temos de nos submeter e a ela consequentemente obedecer. O próprio Jesus Cristo: “que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo,vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2:7 a 8), afirmou na oração que fez ao Pai em João 17:2 “Pois lhe deste autoridade sobre toda a humanidade, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.” Jesus reconheceu a autoridade decretada e delegada pelo Pai. Também nós cristãos quando reconhecemos a Soberania de Deus, submetemo-nos à Sua autoridade. Isso é algo que não depende da nossa vontade! Da nossa vontade depende a obediência à autoridade vinda de Deus através da Sua Palavra e delegada por Deus a quem Ele a determina. Mas qual é então a diferença entre submeter-se e obedecer? Parece a mesma coisa e até os dicionários dizem que são sinónimos. Mas eu acredito que não são exactamente a mesma coisa. Acredito que uma pessoa se pode submeter sem necessariamente obedecer. Na bíblia há vários exemplos que explicam um pouco esta minha crença, como a parábola de Mateus 21:28 a 31: Um homem tinha dois filhos e chamou cada um deles para lhes dar uma ordem. Cada filho submeteu-se à autoridade do pai e foi até ele para o ouvir. O pai disse a cada um deles: “Vá trabalhar hoje na vinha”. Mas após o ouvirem, um obedeceu à ordem e o outro não! Isto é, exerceram o seu livre-arbítrio de acordo com a vontade de cada um. Ambos se submeteram à ordem do pai mas só um deles obedeceu. Uma precisa do nosso reconhecimento à autoridade - a submissão – e a outra precisa da nossa vontade de agir – a obediência. A submissão é uma atitude e a obediência é uma questão de conduta. Outro exemplo ainda no evangelho de Mateus 21:23 Jesus pergunta aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos: De onde é o baptismo de João, do céu ou dos homens? Esta pergunta acontece porque eles estavam a questionar a autoridade de Jesus para fazer o que ele vinha a fazer. Jesus sabia muito bem que eles não se submetiam à autoridade de Deus e consequentemente não reconheciam a autoridade delegada a Jesus por Deus Pai. E porque eles não souberam responder à pergunta de Jesus, ele lhes disse: “Tampouco lhes direi com que autoridade estou fazendo estas coisas.” Porque Jesus conhecia o coração deles e sabia que a sua explicação não iria adiantar nada. Se uma pessoa não se submete a Deus não lhe reconhece autoridade. Se não lhe reconhece autoridade não lhe obedece. Mas se a pessoa reconhece a autoridade de Deus e não lhe obedece, isso é rebeldia e a Palavra de Deus, que é a bíblia ensina o que isso significa para Deus, em 1Samuel 15:23 Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria.” A desobediência à Palavra de Deus anda acompanhada da arrogância, assim como a obediência anda acompanhada da humildade. Andar em submissão e obediência a Deus coloca-nos numa posição privilegiada. Jesus ensina, em João 14:21 “Quem tem os meus mandamentos (submete-se, tem conhecimento do que Deus diz) e lhes obedece esse é o que me ama. Aquele que me ama (quem se submete e obedece à Palavra de Deus) será amado por meu Pai, e eu também o amarei.” Não há nada melhor neste mundo do que ser amado por Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Jesus ensina-nos o Caminho da submissão, obediência, humildade, santidade. São palavras poderosas carregadas de sabedoria de Deus:

Disse Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra. (João 4:34)

Jesus lhes deu esta resposta: “Eu lhes digo verdadeiramente que o Filho não pode fazer nada por si mesmo, só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz. (João 5:19)

Por mim mesmo nada posso fazer, eu julgo apenas conforme ouço; e o meu julgamento é justo, pois não procuro agradar a mim mesmo, mas aquele que me enviou. (João 5:30)

Eu tenho um testemunho maior que João; a própria obra que o Pai me deu para concluir e que eu estou realizando, testemunha que o Pai me enviou. (João 5:36)

Pois desci dos céus não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Porque a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. (João 6:38 a 40)

Eu não estou aqui por mim mesmo mas aquele que me enviou é verdadeiro. Vocês não o conhecem mas eu o conheço porque venho da parte dele, e ele me enviou. (João 7:28b,29)

Tenho muitas coisas para dizer e julgar a respeito de vocês. Pois aquele que me enviou merece confiança, e digo ao mundo aquilo que dele ouvi. (João 8:26)

Então Jesus lhes disse: Quando vocês levantarem o Filho do homem saberão que EU SOU e que nada faço por mim mesmo, mas faço exactamente o que o Pai me ensinou. Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sózinho pois sempre faço o que lhe agrada.(João 8:28 a 29)

Mas vocês estão procurando matar-me, sendo que eu lhes falei a verdade que ouvi de Deus. (João 8:40)

Vocês não O conhecem mas eu O conheço. Se eu dissesse que não O conheço seria mentiroso como vocês, mas eu de facto O conheço e obedeço à Sua Palavra. (João 8:55)

Por isso é que o meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai. (João 10:17,18)

As obras que realizo em nome de meu Pai falam por mim. (João 10:25b)

Pois não falei por mim mesmo, mas o Pai que me enviou me ordenou o que dizer e o que falar. (João 12:49)

Aquele que não me ama não obedece às minhas palavras. Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são de meu Pai que me enviou. (João 14:24)

Todavia é preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço o que meu Pai me ordenou. (João 14:31)

Se vocês obedecerem aos meus mandamentos permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. (João 15:10)

Eu te glorifiquei na terra completando a obra que me deste para fazer. (João 17:4)



A AUTORIDADE DE DEUS

Sujeição às autoridades

Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, sejam obedientes, estejam sempre prontos a fazer tudo o que é bom...(Tito 3:1)

Quando um cidadão se submete às leis de um país mas não lhes obedece, torna-se um marginal, um delinquente, um criminoso. Se esse país exercer a sua autoridade, a pessoa paga o preço da desobediência. Seja qual for o credo que uma pessoa professe, está sempre submissa a leis e regras que tem de cumprir, quer concorde com elas ou não. E a pessoa pode insurgir-se e rebelar-se contra elas. Nós cristãos estamos submissos à autoridade de Deus, isto é, temos de reconhecer que Deus instituiu toda e qualquer autoridade na terra com a qual nos confrontamos. É o que Deus ensina em Romanos 13: 1 a 7: Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos. Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá. Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal. Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência. É por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho. Dêem a cada um o que lhe é devido: se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra.”

E se alguma autoridade perverter a verdade de Deus? Teremos de nos submeter e obedecer-lhe? Teremos sempre de nos submeter mas a obediência será sempre a Deus. Faremos o que Pedro e João, discípulos de Jesus fizeram quando se submeteram ao Sinédrio (Conselho dos principais líderes do povo judeu):

Então, chamando-os novamente (Pedro e João), ordenaram-lhes que não falassem nem ensinassem em nome de Jesus. Mas Pedro e João responderam: “Julguem os senhores mesmos se é justo aos olhos de Deus obedecer aos senhores e não a Deus. Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos”.(Actos dos Apóstolos 4:18, a 20)

Assim tanto Pedro quanto João decidiram não obedecer a uma autoridade terrena que estava em desacordo com a vontade de Deus. Outro exemplo encontramos em Actos dos Apóstolos mas no capítulo 23:1 a 5:

Paulo, fixando os olhos no Sinédrio, disse: “Meus irmãos, tenho cumprido meu dever para com Deus com toda a boa consciência, até o dia de hoje”. Diante disso o sumo sacerdote Ananias deu ordens aos que estavam perto de Paulo para que lhe batessem na boca. Então Paulo lhe disse: “Deus te ferirá, parede branqueada! Estás aí sentado para me julgar conforme a lei, mas contra a lei me mandas ferir?” Os que estavam perto de Paulo disseram: “Você ousa insultar o sumo sacerdote de Deus?” Paulo respondeu: “Irmãos, eu não sabia que ele era o sumo sacerdote, pois está escrito: ‘Não fale mal de uma autoridade do seu povo”.

Neste episódio, o apóstolo Paulo foi desrespeitoso para com o sumo sacerdote (uma autoridade religiosa), mas submeteu-se imediatamente a ele e ao tribunal, voltando com as suas palavras atrás, quando descobriu a quem tinha dirigido as suas palavras, não era outro senão o sumo sacerdote. Paulo sabia que o sumo sacerdote era uma autoridade instituída por Deus. Neste exemplo vemos claramente que a submissão é uma questão de atitude e que a vontade de obedecer a Deus, pela parte de Paulo, é absoluta. Outro exemplo maravilhoso e dos mais dignos que já li na bíblia, aconteceu quando o Senhor Jesus responde a Pilatos (João 19:11): “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima”. Pilatos não queria saber de Deus nem da Sua autoridade para nada. Mas o Senhor Jesus queria! Queria de todo o Seu coração submeter-se e obedecer ao Pai. Ele afirmou na Sua oração, no evangelho de Lucas 22:42 “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua”. Temos sempre de procurar saber qual é a vontade de Deus para nos podermos submeter e obedecer a ela. O Senhor Jesus orou três vezes ao Pai, para ter mesmo a certeza, se era a vontade do Pai que Ele fosse para a cruz. A angústia da resposta fez Jesus suar sangue. Pode-se estar submisso e no entanto não receber nenhuma ordem. Pode-se estar submisso e não obedecer ás ordens. Mas a obediência a uma ordem resulta sempre do facto de se estar em submissão a uma autoridade. Sempre que precisamos de nos justificar de alguma coisa para alguém, é porque nos submetemos a essa pessoa e nela reconhecemos autoridade. Temos muito que aprender com estes exemplos. Os nossos egos gemem quando são confrontados com “injustiças” ou conflitos com as autoridades, sejam elas governamentais, patronais, filiais, etc, etc. Muitas das dificuldades que enfrentamos advêm da falta de humildade perante o que diz a Palavra de Deus. O nosso orgulho impede-nos de alcançar a tão desejada paz que é fruto do Espírito Santo de Deus. Mas é uma caminhada em direcção à perfeição e a minha fé e esperança é que se vai cumprir o que ensina o apóstolo Paulo, usado pelo Espírito Santo: Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.(Filipenses 1:6).


A AUTORIDADE DE DEUS.

Rebelião

Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria.” (1Samuel 15:23)

Insubmissão, insurreição, revolta, rebelião todos estes adjectivos descrevem um conjunto de sentimentos, atitudes e acções contrárias às ordens (mandamentos) e regras que Deus instituiu para nosso benefício, mesmo que muitas vezes não o entendamos como tal. Rebelião é quando deixamos de nos submeter e de obedecer a Deus e a quem Ele instituiu como autoridade sobre as nossas vidas. A rebelião foi o acto que satanás cometeu contra Deus, na sua arrogância, satanás idolatrou-se e no seu ego achou-se semelhante a Deus. Romanos 8:6 a 8, explica bem as causas da rebelião no ser humano: A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode, fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus.
No livro de Números capítulo 16, no Antigo Testamento, está relatado como alguns indivíduos se deixaram dominar pela carne, isto é, o orgulho falou mais alto e rebelaram-se contra Moisés, durante o percurso no deserto: Corá, filho de Isar, neto de Coate, bisneto de Levi, reuniu Datã e Abirão, filhos de Eliabe, e Om, filho de Pelete, todos da tribo de Rúben, e eles se insurgiram contra Moisés. Com eles estavam duzentos e cinquenta israelitas, líderes bem conhecidos na comunidade e que haviam sido nomeados membros do concílio. Eles se ajuntaram contra Moisés e Arão, e lhes disseram: “Basta! A assembléia toda é santa, cada um deles é santo, e o SENHOR está no meio deles. Então, por que vocês se colocam acima da assembléia do SENHOR?” Quando ouviu isso, Moisés prostrou-se, rosto em terra. Depois disse a Corá e a todos os seus seguidores: “Pela manhã o SENHOR mostrará quem lhe pertence e fará aproximar-se dele aquele que é santo, o homem a quem ele escolher. Você, Corá, e todos os seus seguidores deverão fazer o seguinte: peguem incensários e amanhã coloquem neles fogo e incenso perante o SENHOR. Quem o SENHOR escolher será o homem consagrado. Basta, levitas!” Moisés disse também a Corá: “Agora ouçam-me, levitas! Não lhes é suficiente que o Deus de Israel os tenha separado do restante da comunidade de Israel e os tenha trazido para junto de si a fim de realizarem o trabalho no tabernáculo do SENHOR e para estarem preparados para servir a comunidade? Ele trouxe você e todos os seus irmãos levitas para junto dele, e agora vocês querem também o sacerdócio? É contra o SENHOR que você e todos os seus seguidores se ajuntaram! Quem é Arão, para que se queixem contra ele?” Então Moisés mandou chamar Datã e Abirão, filhos de Eliabe. Mas eles disseram: “Nós não iremos! Não lhe basta nos ter tirado de uma terra onde manam leite e mel para matar-nos no deserto? E ainda quer se fazer chefe sobre nós? Além disso, você não nos levou a uma terra onde manam leite e mel, nem nos deu uma herança de campos e vinhas. Você pensa que pode cegar os olhos destes homens? Nós não iremos!”

Estes homens deixaram de reconhecer a autoridade de Moisés e Arão e consequentemente deixaram de se submeter e obedecer a Deus. Pensaram que podiam tomar decisões melhores que Moisés e falar por Deus, afinal também se consideravam santos. Mas esqueceram-se de que quem estabelece a autoridade e a capacidade para a exercer é Deus e ninguém pode se auto-instituir. As consequências deste acto foram visíveis e dramáticas. Corá, Abirão e Datão, mais os seus seguidores foram engolidos vivos quando a terra se fendeu por debaixo deles. Desceram todos ao Sheol! E o fogo também consumiu duzentos e cinquenta líderes, oferecedores de incenso. É muito estreito o caminho de santidade, muito apertado, mas o Espírito Santo trabalha nos nossos corações, moldando o nosso carácter para nos ajudar nesse caminho e para nos aliviar dos fardos e “prisões”, que muitas vezes nem sabemos que temos. A rebelião é o caminho oposto da santidade. Deus diz assim: “sem santidade ninguém verá o Senhor.” (Hebreus 12:14b).