domingo, 14 de agosto de 2011

O ilusionista

Um ilusionista é alguém que fabrica ilusões. E uma ilusão é um engano dos sentidos, um engano de pensamento ou uma esperança irrealizável. Eu sei que satanás é o rei do ilusionismo. Vejam só, satanás não cria nada, ele não tem esse poder. Mas a partir de algo que Deus criou, ele é capaz de transformar uma coisa boa, numa coisa má. Pode “agarrar” uma verdade e transformá-la numa mentira. Vou dar um exemplo: Uma mãe ama a sua filha e a filha sente-se segura nesse amor. Isso é algo bom e verdadeiro vindo de Deus. Um dia a filha pequenina perde-se da mãe e fica completamente apavorada. Pela primeira vez percebe que está só e sem segurança e o medo toma conta dela. Satanás plantou uma semente maligna na criança. Agora bastava esperar, deixá-la crescer e regá-la de vez em quando. Quando chega a altura de ir para a escola, a criança é separada do seu “porto de abrigo” que é a mãe e encontra-se numa casa que não conhece, rodeada de pessoas que não conhece, a aprender coisas que não lhe interessam e odeia tudo isso. Insiste com todas as suas forças para demonstrar à mãe o quanto odeia ir para a escola: vomita, deita sangue pelo nariz, chora, bate nos colegas mas não consegue convencer a mãe, que continua a mandá-la para aquele lugar, que ela odeia, dia após dia. Então a criança chega à conclusão que a mãe não a ama. Na sua pequenina mente ela estabelece uma ligação: disciplina é sinónimo de que não a amam. Ela passa a odiar a disciplina. E descobriu a evasão mental. A criança cresceu nessa ilusão, nessa mentira. Satanás alimentou essa evasão anos e anos até que ao mais pequeno sinal de alarme interno, a auto-defesa já se levantava e a evasão era automática. Todo o seu emocional ficou submetido e condicionado ao medo de não ser amada. Cada indivíduo tem a sua prisão e as suas máscaras. Porquê? Porque a Palavra de Deus que é a Bíblia informa-nos que o mundo jaz no maligno. E o maligno é satanás. O mundo foi-lhe entregue por Adão e Eva quando pecaram. Custa a entender estas coisas porque Deus poderia acabar com satanás e as suas maldades com um simples sopro da Sua poderosa boca mas não o faz e no entanto Ele ama-nos. Na verdade, satanás esforça-se para nos provar que Deus não nos ama, da mesma forma como quis provar à criança que a sua mãe não a amava quando a obrigava a ir para a escola. Ele só transformou a verdade do amor da mãe por sua filha, numa ilusão mentirosa. É por isso que ele é o pai da mentira (João 8:44) e só veio para roubar, matar e destruir (João 10:10). Mas quando Jesus vem até nós, através do Seu Santo Espírito, mostrando-nos o pecado e a liberdade, satanás nada pode fazer, quando nos rendemos ao nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo que o derrotou na cruz do Calvário: Aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado é do Diabo, porque o Diabo vem pecando desde o princípio. Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo. (1João 3:7b,8), Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade. E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem (o evangelho da glória) estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito. (2Coríntios 4: 17,18), O deus desta era (satanás) cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Mas não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por causa de Jesus. Pois Deus, que disse: “Das trevas resplandeça a luz”, ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. (2Coríntios 4:4 a 6). Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo. (1Coríntios 11:32), Vocês se esqueceram da palavra de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: “Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho”. (Hebreus12:5,6). A pessoa que se defende para não ser magoada, não é capaz de se libertar desses demónios opressivos instalados na sua mente. Mas quando verdadeiramente se entrega a Jesus Cristo, o Espírito Santo vai capacitá-la com o Seu poder, para ela criar confiança em Jesus e Lhe entregar os seus fardos, dos quais muitas vezes ela nem sabe que os tem, por a mentira já se ter tornado uma verdade na sua vida. A ilusão de que se vive uma vida boa por vezes nos é mostrada quando sentimos um vazio, uma sensação de que algo não está bem connosco. Mas tudo isso só é verdadeiramente revelado e curado quando Jesus opera o seu poder curativo nas nossas feridas e nos liberta da opressão de satanás. Carregar a nossa cruz e seguir Jesus como Ele nos aconselha, é na verdade doloroso. Olhar para o pecado que está em nós quando ele vem das trevas para a luz, dói, porque sabemos o mal que está nele, mas a liberdade que experimentamos quando somos curados e vivemos a paz que excede todo o entendimento, garante-nos que não estamos sós e que Deus é o nosso Pai: Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso pode dizer ao SENHOR: “Tu és o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio”. (Salmo 91:1,2).

O processo de libertação

Quem é que nunca ouviu a seguinte frase: A vida é minha, faço dela o que eu quiser e ninguém tem nada a ver com isso! Esta frase e tudo o que ela implica, morre no coração e nos lábios de um cristão. A vida, essa que afirmamos ser nossa, entregamo-la a Jesus na esperança de que Ele cuide dela, pois Ele é o nosso Deus e Salvador. Todo o cristão faz parte de uma família que não nasceu da carne e do sangue mas nasceu de Deus. Essa nova família chama-se Corpo de Cristo. Não somos obrigados a pertencer a essa família. Antes, decidimos carregar as nossas cruzes e seguir Jesus. E Ele diz que nós somos o Seu Corpo e isso é algo sagrado. Como tal temos de nos comportar de uma forma santa e consagrada a Ele. Deus vai cuidar de cada membro desse corpo individualmente, tratando-o, curando-o, limpando-o, banhando-o no Seu rio de águas vivas limpas e puras, perfumando-o com um aroma agradável a Ele. É preciso crer nisso para confiar de que o Senhor usa irmãos em Cristo, para nos ajudar a ver e a tratar o que não está bem e não está de acordo com a vontade de Deus. Isso implica exposição dos nossos egos, o que envolve trazer à luz os nossos pecados, medos, complexos, defeitos, traumas, doenças, e tantas outras coisas sobre nós que por vezes desconhecemos mas que estão enraizadas nos nossos corações. Essa exposição vai fazer-nos sofrer. Você que está a ler isto, recorda-se da menina do princípio deste texto, que cresceu com medo de não ser amada, devido às maldosas e ilusórias manipulações de satanás? Está curada desse medo! O Senhor, através do Seu grande amor e poder, trouxe à luz essas trevas e todos os pecados subjacentes a elas. O apóstolo Paulo disse assim: Se devo orgulhar-me, que seja nas coisas que mostram a minha fraqueza. (2Coríntios 11:30). Pois, quando sou fraco é que sou forte. (2Coríntios12:10b). Tudo é trazido à luz no corpo de Cristo e é lá tudo exposto, tratado e sarado. Não estou a dizer que o corpo de Cristo vá substituir a comunhão individual que cada um procura ter com o Senhor. Mas estou a dizer que o Senhor decidiu que teríamos de depender uns dos outros em profunda afeição e amor para sermos ajudados. Deus usa irmãos em Cristo para nos tratar. Porque esses medos levam algumas vezes a pecar contra irmãos, aos quais teremos de pedir perdão com sincero arrependimento e isso expõe os nossos podres, os nossos pecados perante eles. Derruba as máscaras que arrastamos do passado e onde nos escondemos. Temos de descansar no abrigo e à sombra do Altíssimo sabendo que Ele é o nosso refúgio, a nossa fortaleza e confiar Nele, ao ponto de não importar mais o que irão pensar de nós. Só importa o que o Senhor pensa de nós e isso humilha o nosso ego altamente alimentado pelo orgulho. Mas também, conduz-nos depois a um local de verdadeira liberdade, onde a opressão já não existe, onde cremos que somos amados pelo nosso Pai, pelo Espírito Santo que habita em nós. Vem uma paz que realmente excede todo o entendimento e um bálsamo que restaura as nossas forças espirituais, emocionais e físicas. Experimentamos a misericórdia do Senhor. O Senhor diz assim: Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus. (1Coríntios 11:3), Deus colocou todas as coisas debaixo de seus pés e o designou (Jesus) cabeça de todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância. (Efésios 1:22,23), Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo. (1Coríntios 12:27). Dizemos: Deus ajuda-me a ser um vaso novo, a andar no teu caminho. E o Senhor responde assim: E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função. (Efésios 4:11 a 16). Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Filipenses 2:1 a 4). Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. (Gálatas 6:2).