domingo, 28 de agosto de 2011


O REI INVISÍVEL

Era uma vez um reino muito pequeno, que tinha um Rei invisível. Esse Rei falava aos seus súbditos através de pessoas que ele usava como mensageiros. Esse Rei era justo, bondoso e só queria o bem dos seus súbditos. O reino prosperava e a população crescia. As pessoas tinham o que comer, o que vestir; tinham gado e terras. Um dia porém decidiram que queriam ver o Rei, mas como ele era invisível ficaram frustradas. Então orgulhosos disseram: Esse rei afinal não existe, é o nosso trabalho árduo que faz as coisas acontecerem neste reino. Estamos cansados de receber ordens de um rei que não vemos e provavelmente estamos é às ordens dos que se dizem mensageiros dele. Queremos ter um rei que possamos ver e não um em quem temos de acreditar e confiar sem ver. Queremos ser iguais aos outros reinos à nossa volta. O Rei ficou muito triste por causa da ingratidão dos seus súbditos. Tinha sempre cuidado daquele pequeno reino com toda a dedicação e amor mas eles não o queriam. Então o rei bondoso consentiu e fez a vontade aos seus súbditos. Deixou que eles tivessem um rei de carne e osso. Todos ficaram contentes e alegres, menos o Rei invisível. Cada vez que morria um rei substituiam por outro, mas nunca mais quiseram voltar ao Rei invisível. Havia alturas em que se lembravam do Rei invisível quando as coisas corriam mal. Lembravam-se de que durante o seu reinado, tinham tido sempre fartura de bens e nunca tinham perdido uma guerra contra os seus inimigos. Mas duravam pouco essas lembranças; logo a geração seguinte se revoltava e encontrava novas formas de conquistar terras e despojos e de se divertir. Muito tempo se passou e as suas terras e as suas vidas foram subjugadas por um povo estrangeiro cruel e poderoso. O Rei invisível nunca deixou de os considerar seus súbditos, apesar da ingratidão deles e um dia resolveu que era hora de colocar um “basta” e providenciou uma solução para as suas vidas. Vou enviar o meu filho querido e ele irá governá-los. E sim, poderão vê-lo, tocá-lo, ouvi-lo, tal como eles pediram no passado. Vou recebê-los como filhos e não terei mágoa e ressentimento deles. Tudo ficará esquecido! O filho do Rei invisível foi obediente e desceu até ao reino de seu pai. Apresentou-se a todos os súbditos publicamente, contente por lhes dar a boa nova: O meu pai é o vosso Rei, ele quer perdoar a todos. Mas eles não queriam o perdão, queriam revolução, queriam homens armados e dominar os invasores do seu reino. Já tinham decidido o que queriam e também não acreditavam que esse príncipe fosse filho do Rei invisível. Mataram-no, enterraram-no e decidiram esquecê-lo. O Rei invisível ficou tão irado, que dali em diante foi buscar novos súbditos que o cortejaram e aplaudiram, louvando-o com gratidão por o terem como Rei. O Rei invisível disse assim: Mas os súbditos do Reino serão lançados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes. (Mateus 8:12)

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